27 de junho de 2010

Arte Comteporânea - Como entender o seu sentido ?

Valéria Peixoto de Alencar*

Se levarmos em conta a origem da palavra arte ("ars" significa técnica ou habilidade), é curioso notar que há uma contradição: muitos artistas não expressam suas idéias através de uma habilidade técnica. Apesar de, muitas vezes, possuírem tais habilidades, estão preocupados em discutir outras questões, provocar outras reflexões.

Folha Imagem
"Roda de bicicleta", Marcel Duchamp (1913): não é possível usar o banco ou a roda que compõem essa obra de ate.

Em 1913, momento das vanguardas européias, Marcel Duchamp propôs obras chamadas "ready-made", feitas a partir de objetos do dia-a-dia. O que ele fazia era apresentar esses objetos de forma descontextualizada e sem a possibilidade de serem utilizados. Por exemplo: um mictório no meio de uma sala, sem encanamento.

Com essa "provocação", Duchamp chamou a atenção para a arte produzida naquele momento. Ela não seria mais uma representação do real, como um retrato. Ela seria a própria realidade.

Quem decide o que é obre de arte
O objeto de arte não representa algo, mas ele é algo. Mesmo se o artista não tiver fabricado os elementos que compõem sua obra. Duchamp também questionava o conceito de arte como associado a um ideal de belo e à crítica de arte.
O objetivo da obra de arte, assim, era também promover o debate sobre a definição e a finalidade da arte.

Se não existe uma definição do conceito arte, quem afinal decide o que é obra de arte ou não?

Muitos são os fatores para classificar uma produção como obra de arte: o contexto histórico, o mercado de arte, a aceitação entre os artistas e, principalmente, a crítica.
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