19 de julho de 2010

Música clássica muda frequência cardíaca em doentes em estado vegetativo

A música clássica altera a frequência cardíaca dos pacientes em estado vegetativo, o que sugere que ela pode afectar os sistemas neuronais da emoção mesmo na ausência de consciência, refere um estudo publicado na revista "Clinical Neurophysiology".

Já se sabia que a música podia alterar a frequência cardíaca de pessoas saudáveis, mas neste estudo, liderado por Francesco Riganello, do Instituto Santa Anna, em Crotone, Itália, foi investigado que efeito poderia ter sobre pacientes em estado vegetativo.

Para o trabalho, os cientistas mediram o ritmo cardíaco de 16 pessoas saudáveis enquanto elas ouviam 4 músicas. A mesma experiência foi repetida com 9 pacientes em estado vegetativo. Os voluntários saudáveis também descreveram as emoções que sentiram enquanto ouviam as músicas.

As peças, de 3 minutos cada e de diferentes compositores, foram escolhidas tendo em vista as diferenças de ritmo, factor que induz distintas emoções (tanto positivas quanto negativas).

A equipa verificou que a música afectou a frequência cardíaca da mesma forma nos dois grupos. As músicas consideradas "positivas" pelos voluntários saudáveis, como o Minueto do Quinteto para cordas em Mi Maior, de Boccherini, diminuíram a frequência cardíaca, enquanto as músicas descritas como "negativas", como a Sexta Sinfonia de Tchaikovsky, aumentaram a frequência cardíaca.

Segundo declarações de Francesco Riganello ao “NewScientist”, “acredita-se que os pacientes vegetativos estão isolados do mundo exterior, mas essa ideia pode estar incorrecta”.

Para o cientista, estudos anteriores realizados em pessoas saudáveis já tinham verificado que, quando ouviam a música de Boccherini, os voluntários ficavam mais relaxados e o mesmo poderá acontecer com os pacientes em estado vegetativo.

De acordo com Riganello, uma explicação para o facto de a música provocar emoções em pacientes em estado vegetativo pode estar nos sistemas límbico e paralímbico, que controlam as emoções, que podem permanecer activos mesmo depois de os pacientes sofrerem lesões cerebrais extensas. leia mais

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