19 de fevereiro de 2011

1001 livros para ler antes de morrer
Se eu tivesse trabalhando comigo, nas livrarias, a exata quantidade de pessoas que, em algum momento, quer de brincadeira ou mesmo seriamente, me perguntaram se não haveria alguma vaga para elas, seria, sem dúvida, um dos maiores empregadores do Brasil! E estaria, certamente, falido em pouco tempo.

Isto porque não haveria livro suficiente capaz de fazer frente à folha de pagamentos que eu teria. Ainda mais num país como o nosso, em que os encargos sociais cobrados são uma verdadeira punição àqueles que geram empregos.

Eu entendo perfeitamente esta espécie de “encantamento generalizado” que há pelo ambiente em que trabalho e pelo produto principal com que lido. E não nego que seja muito gratificante, sobretudo no âmbito da realização pessoal.

Quanto ao aspecto econômico do trabalho, reconheço que com ele se vive dignamente. Contudo, eu seria capaz de relacionar, no mínimo, umas duzentas outras atividades mais recompensadoras neste quesito.

Em resumo, digamos que vender livros proporciona o enriquecimento do espírito e a fartura de bons relacionamentos, muito mais do que qualquer outro ganho material. Por isso, o idealismo é um insumo indispensável na composição de um autêntico livreiro.

Isto porque o aparente “romantismo” do ofício esconde alguns pontiagudos espinhos que só mesmo embrenhando-se no dia a dia do ramo para se conhecer e sentir. Um deles pode ser exemplificado numa piada conhecida no ramo, que diz que no Brasil há mais editoras do que livros.

Exageros à parte, a verdade que a piada carrega consigo é que há editoras com um catálogo tão reduzido e com uma estrutura comercial tão pequena, que por vezes a localização e a compra de um título, para atender à necessidade de um cliente, chegam a ser “feitos épicos”.

Há também o irritante, inexplicável e recorrente caso de títulos que, apesar de constarem como sendo dos mais lidos e procurados, passam longos e longos períodos sem edição ou até mesmo sem editora. O amigo leitor consegue imaginar o quanto é difícil e patético para nós explicarmos tamanha sandice? E mais, conseguir não nos associarmos a ela?

O que certamente nos mantêm firmes e convictos em nossa dedicação, passando por cima destes e de tantos outros obstáculos, é exatamente o livro.

Este objeto milenar, que pouco mudou suas características básicas em centenas de anos de existência, tem, indiscutivelmente, poderes mágicos. Ele é capaz de aproximar povos que, geograficamente, vivem a centenas de quilômetros de distância uns dos outros. Ele expõe e revela as mais variadas culturas, e emociona com dramas que provam que sentimentos não têm nacionalidade e muito menos bandeira.

O livro pode nos transportar no tempo e no espaço, nos trazer lembranças e despertar saudades. Ele nos faz companhia na solidão e, como se espera de um bom amigo, pode até mesmo “cutucar-nos” em nossas culpas e erros.

Preciosidade como poucas que o homem foi capaz de criar, o livro merece todo o respeito e o zelo, além de muito mais dedicação e reverência que eu e todos os demais livreiros do mundo, juntos, somos capazes de lhe prestar.

O livro que eu vou sugerir como leitura nesta semana não se trata de um romance nem de um policial, mas sim de um grande e completo guia com mais de mil sinopses de grandes obras da literatura mundial (nacional e internacional), além de uma pequena biografia de seus autores.

Trata-se de “1001 livros para ler antes de morrer” (Edit. Sextante – 960 pág. – R$ 59,90)

Ele reúne diversas obras de ficção, desde “Dom Quixote”, de Cervantes; “Os Lusíadas”, de Camões, até “Almoço nu”, de William Burroughs, e “Tudo se ilumina”, de Jonathan Safran Foer.

Neste livro, o leitor encontrará títulos dos mais diversos estilos e para todos os gostos. Com resenhas elaboradas por uma equipe de escritores, críticos literários e jornalistas internacionais, este livro pretende guiar o leitor pela história da literatura mundial. E, objetivando dar destaque à produção literária de língua portuguesa, a obra inclui ainda nomes como Aluísio de Azevedo, Lima Barreto, Lygia Fagundes Telles e Mia Couto

Uma boa leitura e um excelente final de semana!

                 Agradecimentos: Livraria Eureka
(O autor do texto  é proprietário da Livraria Eureka) 

Abaixo vai o resumo da própria editora:
A arte de contar histórias é intrínseca à natureza humana – seja para transmitir conceitos morais, registrar acontecimentos históricos, relembrar a vida de uma grande personalidade, por puro entretenimento, ou, como Sherazade, para viver por mais um dia.

Desde As mil e uma noites, as narrativas de ficção exercem grande fascínio e influência sobre as pessoas. Seduzidos pela leitura, inúmeros jovens descobriram seu talento e se tornaram escritores. Livros inspiram outros livros numa progressão tão espantosa que fica difícil para qualquer um acompanhar todas as opções disponíveis.
1001 livros para ler antes de morrer reúne algumas das obras de ficção de maior impacto da história. De clássicos como Dom Quixote, de Cervantes, e Os Lusíadas, de Camões, até os mais recentes e inovadores, como Almoço nu, de William Burroughs, e Tudo se ilumina, de Jonathan Safran Foer, você encontrará aqui títulos que marcaram época, dos mais diversos estilos e para todos os gostos.
Com resenhas elaboradas por uma equipe de escritores, críticos literários e jornalistas internacionais, este livro poderá guiá-lo pela história da literatura mundial. E, para darmos mais destaque à produção literária de língua portuguesa, incluímos nomes como Aluísio de Azevedo, Lima Barreto, Lygia Fagundes Telles e Mia Couto.
Não importa se você está escolhendo sua próxima leitura, tentando encontrar o presente ideal para um amigo ou se deseja conhecer um pouco mais sobre grandes obras e seus autores, 1001 livros para ler antes de morrer é perfeito para todos os que gostam de ler.
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“Um país se faz com homens e livros”, declarou Monteiro Lobato. De fato, a literatura tem a incrível capacidade de moldar as pessoas e seus atos. Diversos autores consagrados, entre eles Charles Dickens, descobriram sua vocação ao serem seduzidos por uma obra de ficção. Mas é claro que não é preciso ser um grande escritor para sofrer a influência dos livros. Afinal, quem nunca se encantou com uma boa história?
Em 1001 livros para ler antes de morrer, você encontrará – apresentados por escritores, críticos e jornalistas de todo o mundo – obras, autores e personagens que povoaram a imaginação de milhares de pessoas e que, ainda hoje, estão vivos em suas memórias.
Camões, Sartre, Borges, Cervantes, Balzac, Dostoiévski e outros gigantes da literatura mundial estão representados aqui pelo melhor de sua produção. No âmbito nacional, não poderiam faltar Machado de Assis, José de Alencar, Oswald de Andrade, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Chico Buarque e Cristóvão Tezza.
Do País das Maravilhas, de Lewis Carrol, ao Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, este livro o levará a uma aventura fantástica por universos inimagináveis. E o melhor é que a volta a esse mundo não precisa durar só 80 dias. Apenas sente-se confortavelmente, relaxe e deixe a imaginação levar você.


Agradecimentos, Lucien, o Bibliotecário




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