Professor multidisciplinar leva arte ao Bandeirantes
Versátil, ele dá aulas de biologia, filosofia e história da arte e teve viagem à Itália durante o doutorado bancada pela escola

21 de fevereiro de 2011 | 22h 30
Regis é deficiente físico - nasceu sem os braços. Por isso cursou a 1.ª série do ensino fundamental na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Já no ano seguinte, foi transferido para um colégio estadual, porque a equipe da AACD julgou que ele se adaptaria bem à rede pública. "Deficiente ou não, a pessoa precisa ver se leva jeito para o que quer fazer. Tem de ir atrás e vencer os obstáculos."
Regis tirou de letra a escola até o ensino médio, quando se matriculou no próprio Bandeirantes. "Era tudo era muito fácil intelectualmente", diz. "Mas aqui tive a dificuldade que todo aluno enfrenta, porque o colégio é puxado."
Nas aulas, em especial as de história da arte, Regis usa um projetor, permite consultas à internet e estimula o debate entre os alunos. "Preparo até o segundo terço da aula, aí continuo com as questões que os alunos levantam. Eles vão trazendo outros exemplos e as discussões fluem", diz.
Muitas vezes é a arte que vai à escola. Regis leva grupos de músicos ao colégio e os alunos aprendem sobre o funcionamento dos instrumentos, ouvem canções e leem poemas. "Não precisamos ficar só nas artes clássicas. Fomos à Bienal no ano passado e à exposição de Andy Warhol na Pinacoteca."
Mas história da arte não é um tema enfadonho para jovens que vivem grudados nas redes sociais? Regis garante que não. Sua fórmula de ensino faz sucesso. Inspirada pelas aulas, uma ex-aluna do Bandeirantes que hoje cursa História na PUC-SP passou sete meses em Paris trabalhando como guia no Museu do Louvre. "Tem aluno que faz o curso extracurricular até seis vezes", diz o professor. "Eles ficam malucos."
Fonte: Felipe Mortari/JT
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